domingo, 25 de março de 2012

 SENHORA DO SILÊNCIO



Mãe do Silêncio e da Humildade,
tu vivestes perdida e encontrada
no mar sem fundo do Mistério do Senhor.

Tu és disponibilidade e receptividade.
Tu és fecundidade e plenitude.
Tu és atenção e solicitude pelos irmãos.
Estás revestida de fortaleza.
Resplandecem em ti a maturidade humana e a elegância espiritual.
És senhora de ti mesma antes de ser nossa Senhora.

Em ti não existe dispersão.
Estás em Deus, e Deus dentro de ti.
O Mistério da Sua Presença envolve-te, penetra-te
e possui-te, ocupa todo o teu ser.

Jamais conhecemos uma criatura humana de tamanha doçura,
nem esta terra voltará a ter uma mulher
tão evocadora do Mistério inefável de Deus.

Entretanto, tu és a Senhora do silêncio
e teu silêncio não é ausência, mas presença de Deus.
Viveste abismada no Senhor
e ao mesmo tempo atenta aos irmãos, como em Caná.
Um silêncio que fala, uma comunicação profunda
como quando não se diz nada,
um silêncio eloquente, contemplativo.

Faz-nos compreender que o silêncio não é desinteresse pelos Irmãos,
mas fonte de energia e de irradiação; não é encolhimento mas projecção.
Faz-nos compreender que, para derramar, é preciso encher-se.

Afoga-se o mundo no mar da dispersão,
e não é possível amar os irmãos com um coração disperso.
Faz-nos compreender que o apostolado, sem silêncio, é alienação,
e que o silêncio, sem apostolado, é comodidade.

Envolve-nos no teu manto de silêncio e comunica-nos a fortaleza da tua Fé, a altura da tua Esperança e a profundidade do teu Amor.
Fica com os que ficam e vai com os que partem.
Ó Mãe Admirável do Silêncio!